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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Em Teresópolis, Prefeitura briga com Igreja e Cruz Vermelha por doações

Há um email sendo repassado sobre uma possível expulsão de voluntários da Cruz Vermelha e igreja Católica de um galpão cedido por um empresário para apoio às vítimas de Teresópolis.

Não sei se os emails integrados a estas mensagens são verídicas e não há no momento como verificar. Mas as notícias nela contidas e citações do jornal o Estado de São Paulo e O Globo são reais.

E o que vemos nestas notícias é o Ego humano querendo se sobressair a tudo, não se levando em consideração que aquele que ajuda não deveria esperar nada em troca, muito menos os louros da glória!

Tudo o que se relaciona aos governos em prol do povo é burocrático. Muitos que trabalham com voluntariado o fazem para alimentar seus egos e poucos são nesse meio todo os verdadeiros heróis! Ainda há nesse meio muitos oportunistas, tentando tirar vantagem numa situação onde ninguém ganha, só perde! Na verdade, o que se ganha em experiências catastróficas dinheiro nenhum compra e poucos estão aptos a receber pois, os reais valores de um ser humano vão se extinguindo pouco à pouco de nossa meio.

O produto de maior necessidade para vítimas da chuva é água potável que teve seu preço aumentado consideravelmente e não consigo deixar de pensar no ato opotunista, pois, ou é se aproveitar da situação ou previlegiar aqueles que podem pagar mais. Com que dinheiro alguém que perdeu tudo (inclusive documentos) pode comprar uma água mineral tão cara?) E que trabalho de logistica é esse que tenta privar as pessoas - que precisam de todo tipo de socorro - esperar mais pelo que?

Não deveria haver obstáculos entre a mão estendida para dar e a mão estendida para receber!

Se alguém tem fome, dê o que comer! Se alguém tem sede, dê o que beber! Se alguéms ente frio, dê algo para que se aqueça! Ajudar é algo simples assim! O que pode estar acontecendo de errado?

Desvios de doações não são novidade! Quem não sabe que isso ocorre? Quem não sabe que em meio a tantos necessitados ainda há aquele egoísta que se aproveita e pensa só em si mesmo? Quem não sabe que em meio a voluntários há muitos ali para ficar mais perto das doações? Mesmo em rotinas normais como escola e saúde pública há desvios de medicamentos e alimentos pelos próprios funcionários... Temos que fingir não saber?

Mas neste momento em que se deve ajudar, porque as pessoas não estão simplesmente sendo ajudadas?

Em Teresópolis, Prefeitura briga com Igreja e Cruz Vermelha por doações

Decano da Diocese de Petrópolis diz que situação é de boicote; prefeitura nega

17 de janeiro de 2011 | 19h 34


Bruno Boghossian e Roberta Pennafort - O Estado de S. Paulo

RIO e TERESÓPOLIS - De um lado, donativos que chegam às toneladas de todo o País; de outro, a falta de entrosamento entre a prefeitura de Teresópolis e organizações que tentam fazê-los chegar de modo mais eficiente a quem precisa, como a Cruz Vermelha e a Igreja Católica, cuja iniciativa, segundo voluntários, está sofrendo obstrução por parte do poder público. Até médicos foram impedidos de trabalhar. Enquanto isso, milhares de desabrigados ainda têm dificuldades para conseguir água, alimentos e artigos básicos para sua sobrevivência.

Wilton Junior/AE
Wilton Junior/AE
Moradores do bairro de Campo Grande, em Teresópolis

Hoje, voluntários da Cruz Vermelha relataram que funcionários da prefeitura tentaram impedir a saída de carregamentos do galpão montado pela organização internacional no centro da cidade. A prefeitura nega. "Está acontecendo uma briga de egos aqui em Teresópolis. A prefeitura determinou que nada pode ser entregue sem sua autorização", disse Jairo Gama, um dos cem voluntários da Cruz Vermelha em atividade na cidade.

Numa reunião entre as duas partes, a prefeitura decidiu que iria centralizar a entrega do material. A Cruz Vermelha, no entanto, acredita que tenha condições de fazer um trabalho mais direcionado, já que dispõe de informações precisas sobre as necessidades de cada localidade.

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Apesar da intervenção da prefeitura, a Cruz Vermelha continuou fazendo entrega de material hoje - montou um ponto de distribuição em outro ponto da cidade. "O que a gente quer é evitar o desperdício. Por exemplo: não adianta entregar 30 quilos de arroz a uma pessoa de uma vez só", explicou Luiz Alberto Sampaio, presidente da Cruz Vermelha no Rio.

O prefeito de Teresópolis, Jorge Mário Sedlacek, negou que houvesse qualquer problema de entendimento. "Uma operação como esta precisa de um comando centralizado. Está todo mundo cooperando. Não temos dificuldade com ninguém", afirmou. Mas no domingo, segundo relatos de voluntários, até a polícia teria, a mando da prefeitura, tentado impedir a saída de um caminhão.

Mesmo médicos que estão em Teresópolis para prestar atendimento gratuito à população sofreram impedimento de sair da base da Cruz Vermelha por funcionários da prefeitura. Isso ocorreu hoje de manhã. À tarde, numa reunião, ficou definido que a Cruz Vermelha atuará no atendimento nas cinco localidades mais castigadas. Mas a princípio estaria impedida, oficialmente, de entregar donativos.

A prefeitura de Teresópolis está sendo acusada também de impedir a distribuição de donativos por parte da Igreja Católica. Segundo o padre Paulo Botas, integrantes da comunidade católica que foram até o estádio Pedrão ouviram de funcionários municipais que "nenhuma igreja católica de Teresópolis iria receber doações". A prefeitura desmente a informação - diz que a religião dos desabrigados não é fator levado em consideração.

"O prefeito é evangélico e não quer que a ajuda vá para os católicos", critica o padre, da igreja do Sagrado Coração de Jesus de Barra do Imbuí, área bastante afetada pelas chuvas. Ele contou que foi alugado um galpão na frente da igreja, para onde seriam levados roupas e alimentos que emissários recolheriam do montante estocado no Pedrão.

Sem querer entrar em detalhes sobre a religião do prefeito, o padre Mario José Coutinho, decano da Diocese de Petrópolis, disse que a situação é de boicote à Igreja Católica. "É surreal, uma ofensa, uma vergonha. Transformaram uma questão humanitária em religiosa". Nesta terça, antes de rezar uma missa de sétimo dia no Imbuí, o bispo de Petrópolis, dom Filippo Santoro, terá uma reunião com o prefeito para discutir o assunto.

Fonte: Estadão

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