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Centelhas de Luz - Destaque pra vocês!

quinta-feira, 20 de março de 2008

Farra do boi: o pesadelo continua

Mesmo proibida por lei, a crueldade contra o boi em Santa Catarina continua

Chega o mês de março e algumas cidades do litoral de Santa Catarina ficam cheias de anúncios pendurados nos postes oferecendo casas para alugar. Para o feriado de Páscoa, o aluguel para o período de quinta a domingo fica em torno de R$ 400. O preço varia de acordo com a localização “privilegiada” da residência. As que possuem vista ampla para a farra do boi podem até cobrar mais caro.

A brincadeira de mau-gosto foi proibida há mais de dez anos por uma lei federal e outra estadual, dedicada especialmente a Santa Catarina. Mas é como se a proibição não existisse. Desde 2007, a cena se repete e a carnificina recomeça em alguns municípios do estado catarinense.

Boa parte do poder público ignora a farra do boi e finge não ver nada. Mas a “cegueira” não é geral. A Secretaria de Desenvolvimento Regional do município de Itajaí quer mais rigor no combate aos criminosos – os farristas – e à violência contra o boi.Os policiais de Itajaí e região terão caminhões e laços à disposição para resgatar os bois – sãos ou feridos – e um veterinário ficará de plantão por 40 dias para atender os animais que chegarem machucados.

Outra medida serão ações realizadas em conjunto pelo Ministério Público de Santa Catarina, Polícias Civil, Militar, Ambiental, Rodoviária Federal, entidades de defesa animal e órgãos estaduais de inspeção animal. Entre outras atividades, serão distribuídos 10 mil cartazes, 50 mil folders, outdoors e realizadas palestras nos municípios que apontam maior incidência da farra do boi. Além disso, o instituto Ecosul vai veicular um jingle sobre o assunto nas emissoras de rádio.

Em 2005, o estado registrou 35 ocorrências relacionadas à farra, 27 em 2006 e 17 em 2007. Embora os números oficiais estejam em decréscimo, não se pode afirmar com segurança que a farra esteja sendo coibida – ou se apenas tem se descentralizado, saindo das vistas da polícia, já que na semana passada um boi teve de ser sacrificado em Porto Belo, a 55 km de Florianópolis, após ser massacrado por farristas.

Uma das campanhas pelo fim da farra do boi propõe o boicote ao turismo nas cidades de Santa Catarina onde o show de horror ainda é promovido. A economia das cidades com certeza sentiria o baque. Em Porto Belo, na alta temporada, a população de 11 mil se multiplica por seis ou até por 10. A falta de turistas já seria um bom motivo para que a comunidade se recusasse a fechar os olhos para a prática cruel.

Além do boi, muita gente sofre com a estupidez da festa. Nos anos anteriores foram registrados acidentes de carro, inclusive com crianças entre as vítimas fatais, provocados pela fuga do boi em disparada pelas ruas, atropelamentos e prejuízo patrimonial.
Os cidadãos podem denunciar farristas ligando para a polícia no 190. A ligação não será identificada.

Com informações: do site de notícias O Barriga Verde e jornal Tribuna Catarinense

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